segunda-feira, 1 de junho de 2009

Vice-presidente da Google fala do futuro da internet em BH







BELO HORIZONTE (01/06/09) - “O Futuro da Internet”. Este foi o tema da palestra do vice-presidente mundial da Google, Vint Cerf, no Minascentro, em Belo Horizonte, nesta segunda-feira (1º), com a presença de cerca de 1300 convidados. A iniciativa foi do Governo de Minas e da Google Brasil. Considerado um dos pais da internet, Cerf — engenheiro e matemático de formação — é um dos criadores dos protocolos TCP/IP, que formam o alicerce da conexão à rede e que possibilitam a troca de informações entre computadores de diferentes fabricantes e tamanhos.



O vice-presidente da Google fez uma breve introdução sobre o surgimento da internet, iniciada com a ARPAnet há 40 anos, e considerada a primeira rede operacional de computadores. A iniciativa foi do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, inicialmente com o objetivo de ser restrita. Entretanto, com o crescimento, surgiram os protocolos para expansão e utilização da rede, que se tornaria internet e que ele considera como feita de voluntários e de colaboradores. “Não há uma central da rede”, explica.

Evolução e mobilidade

Vint Cerf considera a telefonia móvel como uma dos responsáveis pela rapidez com que a internet está chegando a milhões de pessoas que ainda não tinham contato com o mundo virtual. Porém, acredita que há enormes possibilidades de novos aplicativos da rede. Aproveitou para dizer que é preciso ampliar a segurança do uso da internet, considerada por ele como uma copiadora gigante que prejudica o direito autoral e a produção intelectual. “É importante repensar alguns aspectos, inclusive para ver uma forma de pagar as pessoas”, observa. Contudo, ele defende que a plataforma continue aberta, mesmo sabendo que vai prejudicar pessoas com vírus, fraudes, entre outras coisas. Compara a internet mal utilizada como um carro que tem o motorista alcoolizado, mas acredita que o compartilhamento de informações tem mais benefícios do que prejuízos.

Cerf observou que são 600 milhões de computadores; 1 bilhão e 600 milhões de usuários até março de 2009. Contudo, ele ressaltou a telefonia móvel como um fenômeno importante para o crescimento da rede, mesmo enfrentando o desafio de oferecer produtos e serviços em telas pequenas, como faz a Google. Ao acrescentar alguns números, o ex-consultor da Agência Espacial Americana (Nasa) lembrou o crescimento rápido da internet no mundo e citou a Ásia como o continente que tem mais usuários com 600 milhões. A América do Norte, segundo Vint Cerf, tem 290 milhões e a Europa 400 milhões.

Quanto ao Brasil, o especialista em internet reconhece que houve uma evolução extraordinária com 35% da população acessando a internet, o dobro de dois anos atrás, mas deixou claro que 80% dos brasileiros têm telefone celular, e que dos novos aparelhos, 15% já vêm com esse serviço disponível. A mobilidade foi considerada fundamental, pois são quase 4 bilhões de telefones móveis em todo o mundo, sendo que metade dos proprietários troca o aparelho uma vez por ano.

Sobre a América Latina, os últimos levantamentos indicam 30% dos habitantes com acesso à internet, enquanto no mundo são 24% da população conectada. Cerf disse que o crescimento da rede é tão grande que ainda em 2009 estarão acabando os endereços disponíveis, razão pela qual está sendo criada a versão 6 do IP (Protocolo da Internet).

O vice-presidente da Google aposta no aparelho celular com ainda mais aplicativos do que hoje. Lembrou que será possível centralizar todas as funções dos controles remotos de uma residência, mesmo não estando em outro lugar. Provocou risos do público ao mostrar um surfista com um notebook acoplado a sua prancha; e disse que a geladeira poderá melhorar a comunicação familiar informando quais os produtos que ela está armazenando, quais as receitas possíveis de serem feitas a partir deles e o número de calorias, entre outras funções. Segundo Cerf há inclusive o projeto de uma internet interplanetária capaz de revolucionar a comunicação entre os diferentes planetas onde for possível a presença do homem.






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